Túmulos
de escravos no Egito podem confirmar relatos bíblicos
Arqueólogo acredita ter
encontrado cemitério de escravos hebreus
por
Jarbas Aragão
Akhenaton, que governou o Egito aproximadamente entre 1353 e 1336 a.C.,
não foi uma figura muito popular. Um dos maiores problemas que enfrentou foi a
tentativa de abandonar o politeísmo e centrar a adoração apenas no deus-Sol
Aton.
Essa atitude não foi bem aceita pelos sacerdotes da época. Após sua
morte, seu filho Tutancâmon restaurou a religião antiga e tentou apagar
qualquer vestígio de seu antecessor.
Agora, uma grande expedição arqueológica na antiga capital egípcia de
Amarna, liderada pela doutora Mary Shepperson encontrou centenas de túmulos em
dois locais distintos.
O local que ela denominou Cemitério dos Túmulos do Sul, está repleto de
restos mortais de homens e mulheres de todas as idades. Eles pertenciam a uma
espécie de elite, formada pelos egípcios.
Já os túmulos do Norte trouxeram uma surpresa. “Quando começamos a tirar
os primeiros esqueletos do chão, ficou claro imediatamente que os enterros eram
muito mais simples que os das Tumbas do Sul. Não havia nada enterrado junto com
eles nas sepulturas, basicamente só uma espécie de tapete para envolver os
corpos”, explica Shepperson.
“À medida que a escavação progrediu, percebemos que quase todos os
esqueletos que exumámos eram crianças, adolescentes e jovens adultos, mas não
havia bebês ou idosos… Isso certamente era incomum e até assustador”,
continuou.
A doutora, que lidera uma equipe de pesquisadores da Universidade
Universidade do Sul de Illinois, acredita que esse era o local onde eram
enterrados os escravos. Uma das possibilidades é que sejam de hebreus que ali
viviam na época, segundo o Livro de Êxodo.
Dentre os 105 esqueletos retirados do Cemitério dos Túmulos do Norte, os
estudiosos comprovaram que 90% pertencem a pessoas
Um
enterro múltiplo do Cemitério dos Túmulos do Norte.
Em entrevista ao
The Guardian, Gretchen Dabbs, a líder das pesquisas, explica que as pessoas
nessa faixa etária geralmente são saudáveis e não deveriam ter morrido em larga
escala.
Um estudo mais aprofundado demonstrou que os corpos possuem lesões
corporais e cerca de 10% desenvolveram artrose, caracterizada pela degeneração
das cartilagens e ossos. Em 16% dos corpos de crianças menores de 15 anos há
fraturas na coluna vertebral. Para Dabbs isso confirma que sua morte foi
causada pela excessiva carga de trabalho.
Outro aspecto destacado pelos pesquisadores foi que 43% dos túmulos
tinham mais de um indivíduo. Essa seria mais um forte indício que se tratavam
de escravos, que não eram enterrados por suas famílias.
Além disso, os cemitérios dos Túmulos do Norte ficam próximo da área
onde residiam antigas pedreiras. Há fortes indícios que Akhenaton teria,
portanto, usado crianças e adolescentes escravizados para construir sua maior
obra, a nova capital Akhetaton, que hoje é mais conhecida pela versão árabe do
seu nome: Amarna.
Se for confirmado que os túmulos são de hebreus, estaria sendo
“solucionado” um dos grandes mistérios da arqueologia bíblica.
Conclusão questionada
“Temo que não possa aceitar a narrativa do Antigo Testamento como um
registro histórico e, portanto, que existe conexão alguma entre Amarna e
‘escravos hebraicos’, rebateu o arqueólogo e o egiptólogo Barry Kemp, em entrevista ao
Times de Israel.
Shepperson disse que é necessário esperar pelos resultados dos testes de
DNA, para revelar quem realmente eram esses escravos.
“O Cemitério dos Túmulos do Norte pode representar uma população
capturada ou deportada trazida a Amarna para trabalhar”, lembra ela. “Esperamos
que a futura análise de DNA possa esclarecer as origens geográficas dos
esqueletos do Cemitério dos Túmulos do Norte”. Com informações CBN
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