DOIS
ATENTADOS A BOMBA EM IGREJAS NO EGITO DEIXAM DEZENAS DE MORTOS E FERIDOS
por
Jarbas Aragão
Uma a explosão dentro da igreja copta Mar Guergues, na cidade de Tanta,
no Egito, deixou pelo menos 25 mortos e cerca de 80 feridos na manhã deste
domingo (9). Os números podem ser maiores, pois a polícia ainda busca por
corpos. O atentado foi confirmado pelo porta-voz do Ministério da Saúde, Khaled
Muyahed. A área foi isolada pela polícia, que tenta identificar se há mais
explosivos.
Cerca de duas horas depois, outra bomba explodiu o lado de uma igreja
copta em Alexandria, no norte do Egito, atingindo as pessoas que saíam do
templo. Possivelmente o maior alvo era o papa copta Teodoro II, que esteve
no local no início da celebração. Ao menos 11 pessoas morreram e 35
ficaram feridas no segundo atentado, fazendo desse o ataque mais sangrento
contra os cristãos do país na história moderna.
Até o momento, nenhuma organização assumiu os atentados, mas suas
características lembram um semelhante, realizado pelo Estado Islâmico perto do
Natal de 2016, quando um jihadista colocou bombas na maior catedral copta da capital
Cairo, mataram 25 pessoas e ferindo outras 49, a maioria
mulheres e crianças.
Os coptas são o maior ramo cristão do país, com cerca de 10% da
população. Seguindo a tradição, eles comemoravam hoje o Domingo de Ramos, que
marca o início da Semana Santa. É grande a preocupação da comunidade cristã
egípcia, agravada pela visita do Papa Francisco ao Egito programada para o
final deste mês, o que pode estimular novos ataques.
Pessoas partidas ao meio
O bombardeio em Tanta, localizada a cerca de 100 quilômetros da capital
Cairo, vem na esteira de uma série de ameaças do Estado Islâmico e grupos
simpatizantes no Egito que prometeram intensificar os ataques contra os
cristãos no país, dizendo que iriam exterminar todos os seus seguidores. Desde
fevereiro, muitas famílias cristãs vêm abandonando a província do Sinai depois que os jihadistas começaram uma série de
assassinatos.
Testemunhas oculares da explosão de domingo descreveram uma cena de
carnificina. “Houve uma enorme explosão no corredor. Fogo e fumaça encheram o
templo sala e os ferimentos eram extremamente graves. Eu vi pessoas partidas ao
meio”, disse Vivian Fareeg, que sobreviveu ao atentado.
A comunidade cristã do Egito tem se sentido cada vez mais insegura desde
que o Estado Islâmico se consolidou em regiões do Iraque e da Síria em 2014,
atacando impiedosamente as minorias religiosas. Desde então os ataques aos
cristãos têm sido incentivados pelos extremistas, se espalhando com maior força
no Oriente Médio.
Nos últimos meses, soldados do Estado Islâmico que fugiram do Iraque e
da Síria se estabeleceram no Egito e ameaçaram matar todos os coptas do país, afirmando que os cristãos eram sua “presa favorita”. Há circulação de folhetos em determinadas aldeias com
o recado ‘fuja ou morra’. O clima de medo parece ter se
espalhado entre a comunidade cristã do país, que ocupa o 21º lugar na atual
Lista da Perseguição Mundial, elaborada pela Missão Portas Abertas. Com
informações de Christian Today
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