Precisamos
nos levantar contra a hegemonia evolucionista nas escolas, diz Rodrigo Silva
Para o arqueólogo, atualmente há
a necessidade de pessoas - como Lutero ou Martin Luther King – que liderem
a luta contra a massificação do conceito evolucionista.
por
Jussara Teixeira (repórter especial)
A predominância do ensino do evolucionismo nas escolas e universidades é
sustentada, em grande parte, pelo orgulho acadêmico. Essa é a opinião do Dr.
Rodrigo Silva, atualmente o mais conhecido arqueólogo brasileiro, cujos títulos
e diplomas não são menos numerosos do que os países que já visitou, muitos
deles em escavações arqueológicas.
“Hoje existe um orgulho muito grande da academia, as pessoas se
perguntam o que eu vou fazer com meu doutorado, meu título de PHD. Então isso
tudo é querer mexer numa estrutura solidificada. Então hoje o que nós
precisamos são de pessoas que tenham a coragem de Lutero, Martin Luther King
para se levantar contra a massificação”, analisa Silva.
O debate sobre o ensino do criacionismo e evolucionismo nas escolas
volta e meia vem à tona, acirrando discursos inflamados principalmente nas
redes sociais. Em 2014, um projeto do deputado federal Marco Feliciano previa a
inclusão de conteúdos sobre criacionismo nas redes privada e pública de ensino.
O argumento era de que as crianças estariam ficando confusas com o conteúdo
evolucionista nas escolas e o conceito criacionista sendo passado nas igrejas e
em suas próprias casas. Outro ponto levantado seria garantir a liberdade de
crença, com o ensino das duas teorias explicando a origem da vida e do
universo. A tramitação do projeto se encontra paralisada.
Recentemente o Conselho de Educação do estado do Texas nos EUA pediu
alterações no currículo da disciplina de biologia para que fenômenos
científicos não totalmente esclarecidos sobre a teoria de Darwin não fossem
obrigatoriamente passados aos os estudantes, já que não existia consenso a
respeito tais ‘dados científicos’.
Segundo Rodrigo Silva, a teoria evolucionista, que se apresenta
harmônica e homogênea, na verdade é uma colcha de retalhos e objeto de grandes
embates em seu próprio interior. “Na verdade, existem duas teorias
evolucionistas: aquela que circula na academia e a outra que é conhecida do grande
público. A da academia é uma briga interna que não tem fim. De fora, vemos só o
que tem em comum: são evolucionistas”, esclarece.
Ele dá o exemplo do fóssil Luzia, encontrado em Lagoa Santa, Minas
Gerais e considerado o mais antigo das Américas. Segundo o estudioso, o achado
arqueológico já teve inúmeras propostas de datações como 25 mil anos atrás, 250
mil anos, e outras ainda mais disparatadas. “Eles não chegam a um
consenso nem sobre a época que o ser humano chegou nas Américas, se
foram 35 mil anos, 100 mil anos ou 50 mil anos. Essa cronologia pode
parecer bobagem, mas dentro da teoria evolucionista ela é fundamental. Porque
se você não se acerta com a cronologia você não pode colocar ali os cabides”,
diz, sobre a datação que mostra o suposto aparecimento de cada espécie e de
seus ancestrais.
Alguma descobertas que antes eram tidas como verdades absolutas, como a
ideia que o ser humano começou com o Australopithecus e que veio da África a
partir do ancestral Lucy, já caíram por terra parcialmente. Outra correntes
hoje afirmam categoricamente que não foi da África que o ser humano veio, o que
colabora e acrescenta mais fervura à acirrada discussão do seio do
evolucionismo.
“Existe muito espaço para dúvidas”, pontua Silva. “Essa teoria da evolução
das espécies que os livros didáticos mostram ou que a mídia e documentários
apresentam é uma. Mas quando você analisa o embate interno, você vê que é uma
briga muito grande. Então o evolucionismo tem uma fachada, mas existe outra
realidade interna que é bem diferente”, conclui.
* A partir de hoje, o Gospel Prime publicará periodicamente uma série de
matérias realizadas a partir da entrevista concedida pelo Dr. Rodrigo Silva
no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp).
0 comentários:
Postar um comentário