Campanha
#342Artes quer barrar “onda conservadora”
Idealizador do QueerMuseu
participa e ataca líderes evangélicos
por
Jarbas Aragão
A produtora cultural Paula Lavigne é casada com o músico Caetano Veloso.
Em entrevistas, ela conta que perdeu a
virgindade quando tinha 13 anos e o esposo, 40. Talvez por isso os dois estejam
na linha de frente de uma campanha que pretende combater o que chamam de
“censura” da arte e defender exposições como o QueerMuseu, mostra cancelada por
ter quadros que incentivavam a pedofilia.
Paula e Caetano estão mobilizando cantores, pintores e atores nos
últimos dias. Eles são os idealizadores do #342Artes, uma campanha nas redes
sociais que pretende contra-atacar a onda conservadora que vem denunciando
exposições, peças de teatro e performance sob acusações de pedofilia, zoofilia
e ofensas às crenças religiosas.
Após o prefeito Marcelo Crivella vetar a ida da exposição
Queermuseu para o Rio de Janeiro. O prefeito gravou um vídeo para explica os
motivos.
O #342artes já entrou com um pedido judicial de explicações para
Crivella justificar quais obras e artistas estariam incitando à pedofilia e
zoofilia. “O vídeo de Crivella subestima a inteligência do cidadão, ele afirma
uma coisa sobre algo que não viu. Ele usa a crença do cidadão na autoridade que
ele tem para mentir. Ele tem que explicar o que ele quer dizer. As medidas
judiciais cabíveis serão tomadas depois”, defende Gaudêncio Fidélis,
idealizador da mostra.
Fidélis gravou um vídeo onde ataca o senador evangélico Magno Malta
(PR/ES). O motivo é sua convocação para ser ouvido na CPI dos maus-tratos,
presidida pelo parlamentar capixaba.
Gaudêncio se recusou a comparecer, alegando falta de agenda. Malta foi
direto: “Uma exposição imoral, libidinosa, criminosa, patrocinada pelo banco
Santander com renúncia fiscal. Não tô aqui pra receber a lista da sua agenda
pra falar sobre crianças sendo estupradas, bestialidades, sexo com animais ou
de Cristo com vibradores”.
Estranhamente, no vídeo da campanha, o curador do Queermuseu afirma:
“Magno Malta não tem o acesso à grande mídia que eu tenho nesse momento…”.
Junto com sua fala, o material mostra uma série de manchetes e fotos que tentam
associar a imagem do combativo senador a práticas de corrupção.
“Entrei com habeas corpus para não comparecer à CPI,
porque o conteúdo da exposição não tem qualquer relação com o mérito da
comissão. O senador Magno Malta está usando a CPI para criminalizar a arte,
transformando a comissão em um palanque político”, reclamou Fidélis ao jornal O Globo. Com informações
de El País e Zero Hora
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