Barra
Mansa decreta que alunos façam orações nas escolas
Além do Pai Nosso, também se
torna obrigatório cantar hinos do país e da cidade
por
Jarbas Aragão
A cidade de Barra Mansa, no Rio de Janeiro, decretou que os estudantes
da rede pública devem cantar os hinos do país e da cidade. Em seguida devem
fazer a oração de Pai Nosso no intervalo das aulas.
Na ordem de serviço número 8, decretada no início deste mês, o
secretário Vantoil de Souza Jr alega que a escolha do Pai Nosso é “por ser
universal, aceita pela maioria das manifestações religiosas”.
Aqueles alunos que não quiserem participar deste momento precisam
apresentar uma declaração por escrito dos pais. Enquanto os outros estudantes
estiverem cantando e orando, o estudante aguardará na sala de aula.
“Se ele não confessa aquela religião e não quer participar daquele
momento, pode esperar na sala de aula”, afirmou Vantoil ao O Globo. “O Supremo
Tribunal Federal já decidiu sobre o ensino confessional. Estamos normatizando
algo que já foi decidido”, justifica.
Mesmo criticado, Vantoil defende a iniciativa: “Em educação física você
não aprende somente como é jogar bola. Você joga bola. Colocamos o Pai Nosso
porque o católico, o evangélico e o kardecista praticam. Mas quem não confessa
tem liberdade para não fazer. Não é obrigatório”.
“Defendemos a pluralidade. Na minha secretaria mesmo existem
funcionários das mais diversas religiões. Estamos defendendo que esse tempo no
intervalo seja utilizado para valorizar símbolos patrióticos e a fé no lugar
dessas manifestações musicais que fazem apologia a um monte de troços
estranhos”, declarou Vantoil, que afirma ser evangélico.
Ele lembra ainda que a Constituição Federal fala sobre Deus e que um
crucifixo está presente no Congresso Nacional.
Sobre os hinos, o decreto estabelece uma “escala”: o hino nacional será
cantado na segunda; o hino de Barra Mansa na terça-feira; a quarta-feira o da
Independência; quinta o da Bandeira e na sexta-feira é o tema da Proclamação da
República:
“Percebemos que as crianças não sabiam cantar nem o hino nacional no
Sete de Setembro. É um incentivo”, finaliza o secretário.
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