Cristão
morre após interrogatório no Egito
Familiares acusam a polícia de
tortura
por Tiago
Abreu
O cristão Gamal Kamal Aweida, de 41 anos, estava em Cairo, sob custódia
de autoridades policiais. Na delegacia, o homem morreu. Os familiares dizem que
seu corpo apresentou sinais de violência, enquanto a polícia afirma se tratar
de suicídio.
Casado, pai de gêmeos de 13 anos, Gamal foi acusado de “forjar licenças
de condução”. Trabalhava como coletor de lixo. Coletava plásticos e caixas de
papelão, também ajudava motoristas na renovação de licença.
Ele foi preso na semana de 19 de julho, quando morreu. Estava em uma
cafeteria. “Eles procuraram Gamal e encontraram com ele duas carteiras de
habilitação que pertenciam a Fares Samaan e Adel Saad. Os três foram levados
para a delegacia para um interrogatório”, disse o cunhado.
De acordo com os relatos de Samaan e Saad, divulgados pela Portas Abertas,
eles foram agredidos, também em nome da religião. Disseram que Kamal tinha se
enforcado, mas a família não aceita.
“Gamal jamais faria isso, ele era religioso, era rico e não estava
sofrendo por nenhum motivo em especial”, afirmou o irmão, Nabil Aweida.
“O local onde disseram que ele havia amarrado uma corda tinha uma
distância de 1,5 metro do chão e meu primo era mais alto que isso. Não havia
condições de alguém se enforcar ali. Além disso, aonde ele arrumaria uma
corda?”, questionou um familiar.
Os familiares dizem que foram proibidos de usar os celulares no
necrotério. O relatório médico afirma que a causa da morte foi uma queda severa
na pressão arterial, de acordo com a PA.
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