Fundador
da Hillsong diz que religião não é desculpa para discurso de ódio
Brian Houston diverge dos demais
pastores sobre aprovação do casamento gay na Austrália
por
Jarbas Aragão
O fundador da Hillsong, pastor Brian Houston, decidiu se manifestar
sobre o plebiscito que ocorre na Austrália sobre a legalização do casamento
gay. Enquanto diferentes arcebispos católicos condenaram com veemência, Houston
preferiu dizer que cada um deve votar “segundo sua consciência”.
Conhecido internacionalmente, o líder da Hillsong publicou uma declaração oficial no site da
igreja, onde reitera que o ensinamento bíblico é “o casamento
entre um homem e uma mulher”, mas diz que existem “muitas ramificações” quando
se trata da definição do que é casamento.
“Para os cristãos”, disse ele, “essa também é uma questão de fé e de
ensino bíblico, algo que nunca deve ser ridicularizado ou minimizado por
aqueles com visões opostas”.
Embora o casamento homoafetivo não seja legal na Austrália, isso deverá
mudar após o plebiscito que ocorrerá no próximo mês. Pesquisas indicam
que 62% da população é favorável à medida.
Segundo Houston, cada australiano deve votar de acordo com sua
consciência. Ele escreveu: “Ao longo de todo esse debate, pessoas dos dois
lados não conseguiram entender e respeitar os pontos de vista dos outros.
Alguns dos que defendem a mudança na definição de casamento confunde suas
convicções de fé com o fanatismo”.
O pastor não poupou aqueles que iniciaram campanhas na
internet e também com outdoors pelo país, condenando a prática e dizendo que
ela viola a “liberdade religiosa”.
Muitos cristãos australianos estão sendo acusados de propagar “discurso
de ódio”, por classificarem o casamento gay de “abominação” e lembrarem aos
seus praticantes sobe “o fogo do inferno”. A maioria dos pastores se pronunciou
contrário e estão fazendo campanhas para que a proposta seja rejeitada.
Para Houston, essa postura é equivocada: “Infelizmente, alguns usam o
cristianismo para excluir e até mesmo condenar aqueles que são homossexuais e
ignorar o desejo deles de buscarem a felicidade. Como pastor cristão, sempre
ensinei e preguei de acordo com a Escritura e minhas convicções pessoais, mas
não posso fazer as escolhas das outras pessoas por elas. Deus criou a
humanidade com livre arbítrio, e eu me importo com todas as pessoas, incluindo
aqueles que acreditam de maneira diferente para mim”.
Líderes católicos sentem-se ameaçados
O debate nacional sobre o assunto acabou se radicalizando quando o
arcebispo de Melbourne, Denis Hart, advertiu aos 180 mil funcionários ligados a
instituições católicas, incluindo funcionários de escolas e hospitais mantidos
pela igreja, seriam demitidos caso casassem com parceiro do mesmo sexo.
“Eu quero deixar muito claro que nossas escolas, nossas paróquias
existem para ensinar a visão católica do casamento”, disse Hart. “Qualquer
palavra ou ação que contrarie isso seria algo muito sério”.
O arcebispo de Sydney, Anthony Fisher, advertiu que em todos os países
do mundo onde o casamento gay foi legalizado, “aqueles que defendem o casamento
tradicional foram assediados ou forçados a engolir essa nova visão do
casamento. Seria extremamente ingênuo pensar que isso não vai acontecer aqui”.
Sugerindo que a liberdade religiosa estava em jogo na votação, Fisher
questiona: “Quais proteções serão oferecidas às pessoas que trabalham para
instituições dirigidas pela igreja, como escolas, hospitais e universidades? Os
professores serão livres para ensinar o que a igreja defende sobre o casamento
ou serão forçados a ensinar um currículo mais politicamente correto?”. Com
informações Christian Today
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