MUÇULMANOS
PEDEM QUE FACEBOOK CENSURE “ISLAMOFOBIA”
Governo do Paquistão faz campanha
para controlar como o Islã é visto na mídia social
por Jarbas Aragão
Entidades
islâmicas e o governo do Paquistão estão pedindo formalmente as empresas que
controlam as redes sociais Facebook e Twitter que os ajudem a identificar os
suspeitos de “blasfêmia”.
Segundo as
rigorosas leis paquistanesas contra a blasfêmia, qualquer pessoa que insulte o
Islã ou seu profeta Maomé pode ser condenada à morte.
O ministro
do Interior Chaudhry Nisar Ali Khan disse que eles tentam fazer um controle
rígido das postagens de paquistaneses, seja dentro ou fora do país, que façam
comentários ou compartilhem material supostamente “islamofóbico”.
O ministro
acrescentou que foram identificadas 11 pessoas que responderão pelas supostas
blasfêmias e que eles pedirão a extradição de qualquer cidadão do país
que viva no exterior e ofenda sua religião majoritária.
Segundo a BBC, Chaudhry Nisar, o
Ministro do Interior, afirmou que o Facebook concordou em formar um grupo “para
fazer uma análise prévia desse tipo de conteúdo na rede social”, devido aos
‘desafios’ enfrentado pelo Islã no que consideram campanha de ódio.
“O Facebook
e outros provedores de serviço devem compartilhar toda a informação sobre as
pessoas por trás deste conteúdo blasfemo conosco”, afirmo Nisar em entrevista ao site Dawn.com.
“Esse tipo
de conteúdo é postado em sites de mídia social há anos. Estou surpreso que nenhum
outro país muçulmano levantou essa questão até agora. Nós tomaremos todas as
medidas necessárias para que a nossa indignação contra esse conteúdo fique
clara para o mundo.”
O Facebook
não confirmou oficialmente que irá enviar uma equipe para o Paquistão,
preferindo garantir que sua prioridade sempre foi “proteger a privacidade e os
direitos dos nossos usuários”.
Recentemente,
Mark Zuckerberg afirmou que
as novidades do sistema incluiriam um controle maior do que os usuários
poderiam ver, dando a eles a opção de votar em que tipo de material consideram
“inadequado” que seria então removido automaticamente pelo algoritmo da rede.
Embora vise
combater a crescente onda de notícias falsas nas redes sociais, isso poderia
mudar para sempre o uso do Facebook, em nome do combate ao “discurso de ódio”.
Ou seja, mesmo que sejam verdadeiros, uma imagem, um texto ou um vídeo seriam
excluídos caso um grande número de pessoas pedisse que a rede assim o fizesse.
Procurado
pela imprensa, o Twitter se recusa a comentar o caso. No passado, a rede social
cancelou milhares de contas acusadas de defender o Estado Islâmico e o discurso
de ódio.
O Paquistão
já bloqueia conteúdo anti-islâmico na internet do país, incluindo a publicação
de textos ou desenhos que ataquem o profeta Maomé. O governo paquistanês diz
que pediu ajuda também ao FBI e outras agências de inteligência para rastrear
aqueles que propagam conteúdo blasfemo.
Poucos dias
depois desse pedido, o Ministério da Justiça da Alemanha propôs uma lei que
prevê multas de até 50 milhões de euros a todas as redes sociais – incluindo
Facebook e Twitter – que não eliminarem “mensagens de ódio” ou demorem mais do
que 24 horas a fazê-lo.
A proposta,
que foca na divulgação de notícias claramente falsas ou sem fundamento, passará
pelo crivo do Governo e, mais tarde, aprovada pelo Parlamento. A iniciativa
surgiu, justamente de um grupo de islâmicos que diz estar sendo vítima de
“islamofobia”.
Repressão
aos cristãos
Wilson
Chowdhry, presidente da Associação Cristã Paquistanesa Britânica, insistiu que
os cristãos são os alvos preferencias dessas leis antiblasfêmia propostas por
islâmicos.
“Nos
últimos anos, cristãos paquistaneses se tornaram o principal alvo das alegações
de blasfêmia. Nós acreditamos que, apesar de sermos apenas 1,6% de toda a
população nacional, a maioria das condenações por blasfêmia dos grupos
minoritários atingem cristãos”, reclama.
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