RÚSSIA
PODE EXTINGUIR TESTEMUNHAS DE JEOVÁ: “EXTREMISTAS”
Seita destrói famílias, promove o
ódio e ameaça vidas, afirma Ministério da Justiça
por
Jarbas Aragão
O Ministério da Justiça da Rússia abriu um processo junto à Suprema
Corte do país para que os Testemunhas de Jeová sejam considerados “um grupo
extremista” e sejam proibidos de atuar em solo russo.
No dia 15 de março foi iniciada uma ação judicial que pede o fechamento
da sede da seita. Caso a Corte acate o pedido, será a primeira vez na história
do país que um tribunal de justiça liquida uma organização religiosa.
De acordo com o USA Today,
o processo está nas mãos do juiz Nikolai Romanenkov, que deverá examinar a
acusação e determinar quando será a audiência. Se acatar o argumento do
Ministério da Justiça, as atividades do grupo religioso serão encerradas em
todo território russo e o prédio onde eles estão instalados passa a ser de
propriedade do governo.
Caso continuem a realizar reuniões, seus membros podem ser processados
ou presos. Sendo assim, eles estarão proibidos de falar publicamente sobre suas
crenças.
Segundo os dados oficiais, são 175 mil seguidores, presentes em mais de
duas mil congregações em todo o país. Em comunicado oficial, seus líderes dizem
que “a perseguição dos fiéis pela nova legislação antiextremismo é construída
sobre uma fraude, argumentos de especialistas incompetentes e, como resultado,
um erro judiciário”.
Segundo o site internacional da organização, eles se registraram como
grupo religioso na Rússia em 1991, logo após o fim do comunismo e a volta da
liberdade religiosa. Contudo, nos últimos 20 anos promotores russos em várias
localidades periodicamente procuram proibir ou restringir a atuação do grupo,
acusando-os de ser uma seita que destrói famílias, promove o ódio e ameaça
vidas. Foram proibidos de distribuir literatura, pois as autoridades entendem
que elas promovem o extremismo.
As Testemunhas de Jeová foram oficialmente banidas da cidade portuária
de Taganrog em 2009, quando um tribunal local decretou que a organização era
culpada de incitar o ódio religioso “propagando a exclusividade e a supremacia
de sua religião”. Dezesseis membros foram condenados à prisão de mais de 5
anos, que posteriormente foram suspensas.
Bíblias apreendidas
O presidente Vladimir Putin sancionou em junho do ano passado uma lei
que proíbe a pregação religiosa fora dos limites dos
templos. Logo em seguida surgiram os primeiros relatos de
líderes cristãos sendo presos por ter anunciado Jesus fora de suas igrejas.
Vários pastores locais e o missionário batista norte-americano Donald
Ossewaarde foram detidos. Acusados de realizar estudos da Bíblia ‘ilegais’, ele
foi levado para a delegacia, multado em cerca de 2 mil reais e liberado.
Além disso, os Gideões Internacionais teve 20 mil cópias da sua famosa
edição de bolso, contendo tanto o NT quanto Salmos apreendidas.
O motivo alegado é a nova legislação antiterrorismo vigente no país.
Serghei Lenin, funcionário responsável pela liberação de cargas, alegou que não
havia “qualquer documentação que comprovasse que os livros não tinham conteúdo
extremista, conforme exigido por lei”.
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