“Religião
dentro do trabalho, não”, diz técnico do Santos
Levir Culpi comentou a ideia de
proibir cultos dentro do clube
por Tiago
Abreu
Em entrevista cedida à Folha de S.Paulo,
o técnico Levir Culpi, 64, falou sobre as dificuldades na profissão, comentou a
demissão de Rogério Ceni no São Paulo e também sobre os seus projetos atuais.
Mas o que chamou a atenção da imprensa foram os comentários feitos pelo
profissional acerca da possível proibição de cultos religiosos no Santos,
time pelo qual atualmente trabalha e que possui o centroavante Ricardo
Oliveira, que é pastor evangélico.
Ele acredita que cultos destoam das ações esperadas num clube de
futebol. “Acho que quando entramos pelo portão do Santos vamos falar de
trabalho e de futebol”, ponderou o técnico.
“Agora, quando saímos, cada um vai para onde quiser. Pode ser umbandista
ou ateu, mas religião dentro do trabalho, não. Quando vamos sair de ônibus nós
nos reunimos, fazemos uma oração. É um negócio bacana, que só fortalece o
grupo”, afirmou.
Levir não se afirmou totalmente contra as manifestações de credo.
“Apesar de eu ser um agnóstico, aceito qualquer manifestação religiosa desde
que não fira alguns princípios”, disse, se referindo as obrigações de trabalho
dentro do clube.
Também comentou sobre sua postura como profissional, mesmo diante de
jogadores famosos. “Não fico preocupado com o que vou dizer, pois falo o que
sinto pela minha experiência no futebol. Hoje, tive uma reunião com os
jogadores, falei de frente com alguns. Quero que eles se expressem”.
Culpi acredita que sua experiência fora do país ajudou neste sentido,
especialmente durante seus anos no Japão. “Voltei de lá menos crítico, mais
livre do medo de dar entrevista, de falar o que tem que ser falado. Aqui há um
cuidado de falar mal, de criar um clima. Isso pertence muito a nós brasileiros.
Estou levando as coisas de uma forma mais agradável”, refletiu.
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