ENSINO RELIGIOSO TORNA-SE
OBRIGATÓRIO EM ESCOLAS DE BH
Decisão aprovada
por vereadores atinge escolas municipais
por Tiago
Abreu.
Os vereadores da
Câmara Municipal de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, aprovaram,
em segundo turno na última quinta-feira (15/12), a obrigatoriedade da
disciplina de ensino religioso em escolas municipais de educação do município.
O projeto de lei
original, que segue para sanção ou veto do prefeito Marcio Lacerda (PSB), é de
autoria do vereador Vilmo Gomes (PSC) e tem a intenção original de que as aulas
promovam o respeito à múltiplas religiões, embora o texto original não
especifique quais religiões serão alvo das aulas ministradas aos estudantes.
Um dos trechos da
lei, destacado em notícia do UOL Educação, afirma
que as aulas deverão “propiciar momentos de interação entre as diferentes
matrizes religiosas trabalhadas na Unidade Escolar, visando a valorização a e
visibilidade das diferentes práticas religiosas”.
Se a lei for
sancionada, os professores de ensino religioso serão selecionados por meio de
concurso e deverão ter licenciatura plena em cursos como Sociologia, Filosofia
ou História. A graduação em Teologia também é aceita.
No entanto, a lei
recebe críticas de certos segmentos da educação. Wanderson Rocha, diretor do
SindRede/BH (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal
de Belo Horizonte), acredita que o projeto causará transtornos no ambiente
acadêmico, especialmente em temas religiosos.
“A lei foi feita de
cima para baixo, sem ouvir especialistas ou os envolvidos nas salas de aula.
Ela vai é provocar um acirramento de diferenças religiosas, porque, pelo texto,
todas as religiões têm de ser abrangidas. Mas como vão lidar, por exemplo, os
pais evangélicos diante do ensino de uma religião africana aos filhos, como a
umbanda ou o candomblé? Será que os pais dessas crianças vão concordar?”,
afirmou.
O diretor ainda
pondera que pais que não professam nenhuma religião, ou que são ateus, podem
não se sentir representados com a nova lei e que, por isso, causará conflitos.
Enquanto isso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, do Governo Federal,
prevê que a ministração da disciplina no país é facultativa.
Vilmo, o vereador
que propôs o projeto, diz ter se inspirado na Bíblia para propor o projeto,
embora considere que a disciplina deva envolver outras manifestações
religiosas. “Eu valorizo muito a família, e achamos por bem a colocarmos isso
porque temos a esperança de ver a juventude com um comportamento bem
diferenciado do que nós temos hoje”.
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