CRISTÃO ADOTA MAIS DE CEM CRIANÇAS
Por
Jorge Aragão.
Em 2001, quando a esposa do
vietnamita Tong Phuoc Phuc estava grávida, ela teve muitas complicações e um
parto difícil. Enquanto visitava a esposa que se recuperava no hospital, Phuc
percebeu que muitas mulheres entravam grávidas numa sala de parto, mas saiam
sem nenhuma criança no colo.
Quando viu os médicos jogando fetos no lixo, entendeu o que estava acontecendo.
Tocado, pediu para levar os corpos das crianças. Usando as poucas economias que
juntara em seu trabalho como pedreiro, comprou um pequeno terreno para poder
enterrar aqueles bebês.
A esposa
pensou que ele tivesse enlouquecido, mas por ele continuou fazendo o que achava
correto. No local estão enterrados mais de 11.000 fetos abortados. Algumas mães
começaram a ir ao cemitério improvisado fazer orações pelos filhos que abortaram,
conforme a tradição religiosa local. Sua fama se espalhou e grávidas que
pensavam em abortar começaram a pedir ajuda a ele.
Cemitério de fetos abortados.
Phuc é parte da minoria cristã, num Vietnã onde mais de 85% da
população se identifica com o budismo. Por acreditarem na reencarnação,
muitas mães não sentem-se culpadas. Preocupado com as gestantes que vinham até
ele, decidiu usar a própria casa para que elas tivessem onde ficar. Também
se ofereceu para assumir os bebês indesejados. Acabou adotando mais de cem
crianças que seriam abortadas. Com o tempo, conseguiu convencer 27 delas a
voltar para buscar os filhos. Outras 35 mulheres ficaram morando numa casa que
ele construiu especialmente para isso, até conseguirem condições melhores de
vida.
Tradição na escolha dos nomes
Desde que
começou o processo de adoção, todos os meninos recebem o nome de Vihn (honra),
e as meninas são chamadas de Tam (coração). O segundo nome sempre é o da
progenitora, ou a cidade de origem dela, para facilitar a identificação caso a
mãe volte para busca-lo. Para deixar claro que considera todos como seus
filhos, o último nome de todos é Phuc, parte de sua grande família.
Alguns dos filhos
de Tong Phuoc.
Ele
continua gastando a maior parte do seu salário no sustento das crianças e
também recebe doações. Já foi elogiado pelo presidente do Vietnã, mas não
recebe verbas do governo. Seu trabalho possui uma página
no Facebook que mostra
como ele ficou conhecido em várias partes do mundo.
“Essas
crianças agora têm um lar seguro. Estou disposto a ajudar e a ensiná-las a
serem boas pessoas”, explica. Embora sua vida não seja fácil, o pedreiro de 50
anos não pensa em parar de adotar bebês nesta situação. “Continuarei a fazer
esse trabalho até meu último suspiro de vida, e encorajo meus filhos a
continuarem ajudando outras pessoas desprivilegiadas”, enfatiza. Com informações de Thanhnien e Aleteia
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