PASTOR PAQUISTANÊS
REFUGIADO NO BRASIL CONTA SUA HISTÓRIA
Ele está juntando
dinheiro para voltar ao seu país e trazer sua família
por Leiliane
Roberta Lopes.
A lei de blasfêmia
no Paquistão faz a minoria cristã se tornar ainda mais refém da maioria
muçulmana. Foi isso que aconteceu com um pastor paquistanês que buscou refúgio
no Brasil.
Masih vivia em uma
cidade no Estado de Punjab, no sudeste do Paquistão, sendo pastor de uma igreja
presbiteriana com aproximadamente 3 mil membros.
Mas certa vez ele foi procurado por um muçulmano que tentou convertê-lo por três vezes. Pela negativa, ele acusou o pastor de ofensa e entrou na justiça querendo receber US$ 70 mil (cerca de R$ 220 mil).
Mas certa vez ele foi procurado por um muçulmano que tentou convertê-lo por três vezes. Pela negativa, ele acusou o pastor de ofensa e entrou na justiça querendo receber US$ 70 mil (cerca de R$ 220 mil).
Foram quatro anos
de processo até que o juiz conseguiu baixar o valor da multa para um preço que
Masih pudesse pagar.
Mas o caso não
parou aí. “O meu acusador chamou um bando de fanáticos que me atacaram na minha
casa. Me bateram na frente dos meus filhos e da minha esposa. Quando cansaram,
disseram que iriam me acusar de blasfêmia”.
A acusação de
blasfêmia pode levar uma pessoa à morte, principalmente em Punjab, estado onde
a lei é mais severa e a maior prova é o que fazem com Asia Bibi que desde 2010
enfrenta o medo de ser executada a qualquer momento.
O pastor S. Masih,
41 anos, precisou deixar seu país e veio sozinho para o Brasil deixando lá sua
esposa e seus filhos.
“Não escolhi o
Brasil. Eu não conhecia nada daqui. Tinha pedido visto para a Tailândia, porque
era mais perto e mais fácil, mas minha avó morreu na época e o visto venceu.
Mas eu precisava sair”, disse ele em entrevista à BBC Brasil que fala
português.
Ele chegou ao nosso
país em 2013 e foi acolhido pela igreja presbiteriana e hoje atua como pastor
na igreja do bairro da Penha, na zona leste de São Paulo.
“Ele teve uma boa
aceitação na igreja. Quando escutam a história dele, as pessoas o acolhem bem.
Masih acaba conscientizando os fiéis sobre o que acontece com os cristãos em
outros lugares do mundo”, disse o Amaury Costa de Oliveira, que há cinco anos
acompanha as igrejas perseguidas na Ásia e Oriente Médio e que se interessou
pela história de Masih.
Mas agora o pastor
tenta juntar dinheiro para visistar sua família no Paquistão e trazer sua
esposa e filhos para o Brasil. Ele também precisa ver sua mãe que está doente,
seu pai morreu ano passado e a distância deixou o pastor abalado.
“O dia que ele
faleceu me machucou muito. Você deixa seu pai, ele te dá um abraço e um beijo
de despedida, com a promessa de um reencontro em breve. Mas ele não estará mais
lá. A perseguição destrói tudo dentro de você.”
Através da ONG
Preparando o Caminho o pastor Amaury está buscando arrecadar o dinheiro para
que o pastor possa voltar ao seu país e trazer sua família.
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