ESTUDO MOSTRA QUE
EVANGÉLICOS NÃO CONHECEM SUA FÉ
Pesquisa examinou
os erros teológicos mais comuns
por Jarbas
Aragão.
O quanto um evangélico médio conhece
sobre a doutrina cristã básica? Na tentativa de responder a esta questão, o
Instituto LifeWay Research e os ministérios Ligonier fizeram uma análise da
percepção teológica com 3.000 cristãos adultos, de diferentes denominações.
Foram apresentadas 47 declarações
sobre teologia e eles precisavam dizer “concordo”, “discordo” ou “não sei”. Os
assuntos iam desde a divindade de Cristo até a importância de se frequentar uma
igreja regularmente.
Inquirição similar foi feita dois
anos atrás pelos mesmos ministérios, que constataram que não houve uma mudança
significativa desde então. Cerca de dois terços (64%) dos evangélicos
norte-americanos dizem que Deus aceita igualmente a adoração de cristãos,
judeus e muçulmanos.
Um percentual pouco maior (65%)
concordou totalmente ou parcialmente que há só um Deus verdadeiro, que ele é
perfeito, e que ele ainda responde às orações (66%).
Embora o conceito do que é um
“evangélico” possa variar muito, apenas 586 dos entrevistados concordaram que a
Bíblia é a maior autoridade para a fé cristã, o evangelismo pessoal é muito
importante, a morte de Jesus na cruz foi a única maneira de cancelar a
penalidade do pecado e que é preciso crer em Jesus como único caminho para a
salvação eterna. Os demais não aceitam todas essas declarações como
verdadeiras.
Os resultados finais da pesquisa
mostram que existe muita confusão sobre conceitos elementares da confissão de
fé básica do cristianismo ao longo dos séculos. Em outros tempos, fazer tais
afirmações seria suficiente para que a pessoa fosse considerada um “herege” e
não pudesse mais ser contada entre os membros da igreja local.
Em especial nas declarações sobre
Jesus ser completamente divino, o Espírito Santo não ser percebido como pessoa,
e que a salvação depende de um esforço dos seres humanos.
Praticamente todos os evangélicos
entrevistados concordaram que existe um verdadeiro Deus que subsiste em três
pessoas (97%), que ele é perfeito (97%), e que responde às orações (94%).
Contudo, o percentual de dúvida sobe drasticamente quando se pergunta sobre a
natureza de Jesus. Sete em cada 10 dizem que ele foi a primeira e maior criação
de Deus (71%).
Esse tipo de debate no início da era
da Igreja criou a necessidade de se fazerem concílios, consultas formais com
autoridades eclesiásticas para se tomar decisões que seriam normativas. Por
exemplo, a questão da ‘origem’ de Jesus foi encerrada no ano 325, com o Credo
Niceno, o qual afirma que Jesus “gerado unigênito do Pai, isto é, da substância
do Pai”.
A crença de que Jesus foi criado e
não é Deus chama-se Arianismo, por causa do padre Ário, que viveu no século IV
e argumentava a partir de alguns versículos da Bíblia a ideia de Trindade. Esse
pensamento subsiste até hoje em seitas como os Testemunhas de Jeová.
Quando se fala sobre o Espírito Santo
ser uma força e não uma pessoa também comete-se um erro básico de entendimento
da doutrina da Trindade. Essa questão foi encerrada no Concílio de
Constantinopla, em 381, que gerou adições ao Credo Niceno para esclarecer a
questão.
A fórmula do “Credo”, recitada em
muitas igrejas católicas e evangélicas mais tradicionais mantém uma tradição
milenar de instrução dos cristãos em todos os cultos.
Entretanto, não existem apenas
dúvidas quanto a natureza divina. Com um forte apelo para a salvação da alma
nos cultos, os evangélicos nem sempre compreendem de modo aprofundado o que
envolve o famoso “aceitar a Jesus”.
O Livro de Romanos aborda vários
aspectos do que acontece quando alguém deseja se converter. Mesmo assim as
Igrejas ainda divergem sobre o papel que o homem tem nesse processo. Muito
antes das controvérsias entre calvinistas e presentes em muitas denominações
até hoje, no século V um monge chamado Pelágio ensinava que as pessoas podem
escolher a Deus por sua própria vontade.
Esse pensamento foi combatido e
condenado nos Conselhos de Cartago (em 418) e Éfeso (em 431). Uma versão mais
suave de seis ensinamentos rejeitados categoricamente pelo Conselho de Orange,
em 529.
Veja um resumo das principais
questões abordadas no estudo no gráfico abaixo:
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