ACHADO ARQUEOLÓGICO MOSTRA
PRIMEIRA MENÇÃO A JERUSALÉM FORA DA BÍBLIA
Papiro do século 7
a. C. dava poderes a serva do Rei de Judá
por Jarbas
Aragão.
Enquanto a UNECO
emite uma resolução
onde tenta negar a ligação histórica dos judeus com Jerusalém,
arqueólogos trazem a público um fragmento de um papiro antigo que seria a mais
antiga referência a Jerusalém em hebreu fora da Bíblia. Rapidamente o governo
israelense chamou atenção para mais essa “prova” da ligação entre os hebreus e
a cidade milenar.
Medindo 11 por 2,5
centímetros, o fragmento mostrado hoje (26) pela Autoridade de Antiguidades de
Israel (AAI) data do século 7 a.C. Durante a coletiva de imprensa realizada em
Jerusalém, foi revelado sua inscrição em hebraico: מא]מת. המלך. מנערתה. נבלים. יין.
ירשלמה, [Da criada do rei, de Na’arat, jarros de vinho, para Jerusalém].
São apenas duas
linhas de escrita, mas o texto faz parte de um documento que comprovava o
pagamento de impostos ou uma transferência de bens para armazéns de Jerusalém.
O motivo para a comemoração do achado arqueológico é por se tratar da “fonte
extra bíblica mais antiga a mencionar Jerusalém em escrita hebraica”, afirma a
AAI.
De acordo com o Christian Today, o documento foi recuperado na
Caverna dos Crânios, no deserto da Judeia, onde certamente foi deixado (ou
perdido) por ladrões de antiguidades. A descoberta é fruto de uma operação
complexa realizada pela Unidade de Prevenção ao Roubo de Antiguidades.
Chama atenção o
fato de mostrar uma mulher em posição de liderança, no caso a criada do rei de
Judá. O dr Eitan Klein, representante da Unidade, explica: “O documento
apresenta uma evidência extremamente rara da existência de uma administração
organizada no Reino da Judeia. Ela confirma a centralidade de Jerusalém como
capital econômica do reino na segunda metade do século 7 a.C. De acordo com a
Bíblia, reinava desde Jerusalém nesta época os reis Manasses, Amon ou Josias.
Contudo, não é possível saber com certeza qual desses entregou o papiro
juntamente com o carregamento de vinho”.
Guerra
de versões
Para o governo de
Israel, o papiro é uma refutação clara ao argumento da UNESCO, que muitos
israelenses consideram provocativa e hostil. Os países membros de governo
muçulmano e seus apoiadores com frequência criticam o Estado judeu, passando
resoluções que podem ser consideradas antissemíticas.
A ministra da
Cultura de Israel, Miri Regev, fez comentários durante o anúncio da Autoridade
de Antiguidades sobre o achado mostrado ao mundo hoje. “A descoberta desse
papiro, no qual o nome de nossa capital Jerusalém está escrito, é mais um
indício tangível de que Jerusalém foi e continuará sendo a eterna capital do
povo judeu”, asseverou.
Já Ofir Gendelman,
o porta-voz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, usou o Twitter para
provocar: “Ei Unesco, um papiro antigo da época do Primeiro Templo, 2.700 anos
atrás, foi encontrado. Ele apresenta a mais antiga menção que se conhece de
Jerusalém em hebraico”, escreveu.
Saeb Erekat,
secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), rebateu,
acusando Israel de fazer uma campanha contínua de “reivindicações arqueológicas
e de distorção dos fatos” que teriam como alvo fortalecer sua pretensão ao
controle da cidade.
Desde a fundação do
Israel moderno, Jerusalém inteira é considerada sua capital, contudo isso não é
reconhecido internacionalmente. A Autoridade Palestina quer Jerusalém Oriental
como sua capital, após a formação de um Estado independente, composto por
territórios da Cisjordânia além da Faixa de Gaza.
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